Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/68901
EVOLUÇÃO CLÍNICA DOS CASOS COM COINFECÇÃO COVID-19 E HIV/AIDS NO MUNICÍPIO DE TERESINA
Rocha, Sonale do Nascimento | Date Issued:
2024
Alternative title
Clinic evolution of COVID-19 coinfection case and HIV/AIDS in TeresinaAuthor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Oswaldo Cruz. Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
INTRODUÇÃO: No final do ano de 2019, na China, surgiram novos casos de pneumonia sem causa definida e, em menos de três meses, com o aumento considerável de casos, a OMS declara uma situação de pandemia mundial que logo foi identificada como SARS-CoV-2 (COVID-19). A Síndrome da imunodepressão adquirida (AIDS), causada por uma infecção viral, teve seus primeiros registros no ano de 1981, e rapidamente foi declarada uma epidemia global pela alta disseminação dos casos. Vários estudos tem demonstrado a evolução do SARS-CoV-2 nas pessoas vivendo com HIV, porém ainda há muitas incertezas. OBJETIVO: Avaliar a evolução clinica dos casos com coinfecção COVID-19 e HIV/AIDS no município de Teresina, nos anos de 2020 e 2021. MÉTODOS: Realizamos uma análise de todos os pacientes maiores de 13 anos com diagnóstico de COVID-19 em Teresina em um estudo transversal, com coleta de dados retrospectiva, onde foram avaliados pacientes com COVID19 com e sem diagnóstico de HIV/AIDS. Utilizamos bancos de dados secundários provenientes do Ministério da Saúde para COVID-19 (E-SUS e SIVEP-GRIPE) e para HIV (SICLOM), onde fizemos um linkage entre os bancos para a seleção dos grupos do estudo descrevendo-os e comparando-os sob aspectos demográficos, clínicos e evolução. RESULTADOS: Verificamos que os dados referentes a epidemiologia tiveram elevado preenchimento nas fichas de notificação em ambos os grupos, os dados referentes a sinais e sintomas e especificações das comorbidades tiveram uma completude das fichas abaixo dos 50% nos casos graves. O total de casos estudados foi de 125.487 (479 COVID/HIV, 111.961 COVID, 87 SRAG/HIV e 15.525 SRAG). Houve predomínio do sexo masculino no grupo COVID/HIV não grave de 76,4% (p<0,001). 67/87 pacientes SRAG/HIV (77%) tinham <20 anos de idade(p<0,05). Observou-se um aumento significativo das chances de os pacientes evoluírem para casos graves com o aumento da faixa etária (30-59 anos tinham 4x mais chances e >59 anos cerca de 15 vezes). A evolução para cura foi de 63,6% no grupo SRAG/HIV e 67,1% no SRAG e evolução para óbito foi 36,4% e 32,9% nos casos com e sem coinfecção, respectivamente. Pacientes com SRAG tiveram menor chance de ir à óbito quando comparado aos pacientes com SRAG+HIV, ajustando por idade, sexo e presença de fator de risco. CONCLUSÃO: Nosso estudo, mostra uma possível relação entre a coinfecção por HIV/AIDS e COVID-19, podendo influenciar tanto a gravidade quanto os desfechos da doença.
Abstract
INTRODUCTION: At the end of 2019, in China, new cases of pneumonia without a defined cause emerged and, in less than three months, with the considerable increase in cases, the WHO declares a global pandemic situation that was soon identified as SARS-CoV-2 (COVID19). Acquired immunodeficiency syndrome (AIDS), caused by a viral infection, had its first records in 1981, and was quickly declared a global epidemic due to the high spread of cases. Several studies have demonstrated the evolution of SARS-CoV-2 in people living with HIV, but there are still many uncertainties. OBJECTIVE: To evaluate the clinical evolution of cases with co-infection with COVID-19 and HIV/AIDS in the municipality of Teresina, in the years 2020 and 2021. METHODS: We conducted an analysis of all patients over 13 years of age with diagnosis of COVID-19 in Teresina in a cross-sectional, retrospective study, where patients with Covid-19 with and without HIV/AIDS diagnosis were evaluated. We used secondary databases from the Ministry of Health for COVID-19 (E-SUS and SIVEP-GRIPE) and for HIV (SICLOM), where we made a linkage between the banks for the selection of the study groups by describing and comparing them in terms of demographic, clinical and evolutionary aspects. RESULTS: We verified that the data on epidemiology had high filling in the notification forms in both groups, the data concerning signs and symptoms and specifications of comorbidities had a completion of the forms below 50% in severe cases. The total cases studied were 125,487 (479 COVID/HIV, 111,961 Covid, 87 SRAG/HIV and 15,525 SRAG). The male predominance was 76.4% (p<0,001). 67/87 SRAG/HIV patients (77%) were <20 years of age (p <0.05). A significant increase was observed in the chances of patients developing into severe cases with the increase in the age range (30-59 years were 4x more likely and >59 years about 15 times). The progress to cure was 63.6% in the SRAG/HIV group and 67.1% in SRAG and the progress to death was 36.4% and 32.9% in cases with and without co-infection, respectively. Patients with SRAG were less likely to die when compared to SRAG+HIV patients, adjusted by age, sex and risk factor presence. CONCLUSION: Our study shows a possible relationship between co-infection with HIV/AIDS and COVID-19, which can influence both the severity and outcomes of the disease.
Share