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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/69441
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA TUBERCULOSE EM POPULAÇÕES INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS NO ESTADO DO AMAPÁ, NO PERÍODO DE 2010 A 2022
Equidade
Comunidades Tradicionais
Povos Indígenas
Doenças Negligenciadas
Perfil Epidemiológico
Povos Indígenas
Doenças Negligenciadas
Equidade
Saúde de Populações Indígenas
Estudos Epidemiológicos
Estudo Observacional
Ethnicity
Equity
Traditional Communities
Indigenous Peoples
Neglected Diseases
Silva, Alexandre Furtado da | Date Issued:
2024
Alternative title
Epidemiological profile of tuberculosis in indigenous and nonindigenous populations in the state of Amapa, from 2010 to 2022Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A Tuberculose (TB) é uma ameaça substancial à saúde pública mundial. As minorias étnicas, sobreviventes às disparidades de condições de vida, correm maior risco. Condições de superlotação e ventilação insuficiente, insegurança alimentar, coinfecções, abuso de substâncias, pobreza, oportunidades de trabalho insuficientes, preconceito étnico e assistência precária à educação e saúde perpetuam a vulnerabilidade à TB. Este trabalho objetiva-se analisar os casos de TB notificados em populações indígenas e não indígenas no estado do Amapá, no período de 2010 a 2022. Métodos: Trata-se de um estudo epidemiológico retrospectivo, observacional dos casos de TB notificados e diagnosticados no Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2010 a 2022, no estado do Amapá. Resultados: Houve um total 3.333 notificações de casos de TB notificados no SINAN em 2010 a 2022, com a seguinte distribuição 68 casos (2,04%) em indígenas, 2.373 (71,2%) em pardos, 442 (13,26%)em brancos, 362 (10,86%) em pretos, e 22 (0,66%) em amarelos, além de 34 casos (1,02%) com preenchimento ignorado e 32 (0,96%) em branco na variável raça/cor. Em relação a razão de sexos, houve um predomínio de casos no sexo masculino, sendo 1,9 casos em homens para cada caso em mulheres em não indígenas e 1,1 em indígenas. A mediana de idade dos casos em indígenas foi 45 anos e em não indígenas de 43. Houve o predomínio das formas clínicas pulmonares em ambos os grupos (92,65% em indígenas e 86,5% em não indígenas), com superioridade entre os não indígenas na forma extrapulmonar (n = 411, 12,33%). Diagnósticos moleculares estiveram limitados a três municípios do estado. A taxa de cura foi maior em indígenas (82,4%), havendo ainda 5,9% de abandono em indígenas e 12,4% em não indígenas Coinfecção com HIV foi observada apenas em não indígenas (6,93%). Em relação ao coeficiente de incidência, os casos se concentraram, em média, nos segmentos de raça/cor parda, indígena e preta, 54,3/100.000 hab., 39,9/100.000 hab. e 23,5/100.000 hab., respectivamente. Conclusão: Os dados revelaram que as populações parda, preta e indígena apresentaram as maiores incidências de TB, refletindo desigualdades socioeconômicas expressivas e dificuldade de acesso aos serviços de saúde no Amapá. É fundamental promover campanhas de conscientização que integrem os conhecimentos tradicionais e respeitem as práticas culturais dessas populações. Recomenda-se a continuidade de pesquisas que explorem as dinâmicas da TB em grupos vulneráveis, visando o desenvolvimento de estratégias de intervenção mais eficazes e inclusivas. A colaboração de serviços de saúde, comunidade e pesquisa é essencial para enfrentar os desafios impostos pela TB e promover a equidade em saúde no estado do Amapá.
Abstract
Tuberculosis (TB) is a substantial threat to global public health. Ethnic minorities, who survive disparities in living conditions, are at greater risk. Overcrowding and inadequate ventilation, food insecurity, co-infections, substance abuse, poverty, insufficient employment opportunities, ethnic prejudice, and poor education and health care perpetuate vulnerability to TB. The aim of this study was to analyze TB cases reported in indigenous and non-indigenous populations in the state of Amapá, from 2010 to 2022. Methods: This is a retrospective, observational epidemiological study of TB cases reported and diagnosed in the Notifiable Diseases Information System (SINAN), from 2010 to 2022, in the state of Amapá. Results: There were a total of 3,333 notifications of TB cases reported in SINAN from 2010 to 2022, with the following distribuition 68 cases (2.04%) in indigenous people, 2,373 (71.2%) in brown people, 442 (13.26%) in white, 362 (10.86%) in black, and 22 (0,66%) in yellow, in addition to 34 cases (1,02%) with ignored filling and 32 (0.96%) white in the race/color variable. Regarding the sex ratio, there was a predominance of cases in males, with 1.9 cases in men for each cases in women in non-indigenous people and 1.1 in indigenous people. The median age of cases in indigenous people was 45 years and in non-indigenous cases in was 43. There was a predominance of pulmonary clinical form in both groups (92.65% in indigenous people and 86.5% in non-indigenous people), with a superiority among non-indigenous people in the extrapulmonary form (n = 411, 12.33%). Molecular diagnostics were limited to three municipalities in the state. The cure rate was higher among indigenous people (82.4%), There is still 5.9% abandonment among indigenous people and 12.4% among non-indigenous people Coinfection with HIV was observed only in non-indigenous people (6.93%). Regarding the incidence rate, cases were concentrated, on average, in the brown, indigenous and black race/color segments, 54.3/100,000 inhabitants, 39.9/100,000 inhabitants and 23.5/100,000 inhabitants, respectively. Conclusion: The data revealed that the brown, black and indigenous populations had the highest incidence of TB, reflecting significant socioeconomic inequalities and difficulty in accessing health services in Amapá. It is essential to promote awareness campaigns that integrate traditional knowledge and respect the cultural practices of these populations. It is recommended that research be continued to explore the dynamics of TB in vulnerable groups, aiming at developing more effective and inclusive intervention strategies. Collaboration between health services, community and research is essential to address the challenges posed by TB and promote health equity in the state of Amapá.
Keywords in Portuguese
EtniaEquidade
Comunidades Tradicionais
Povos Indígenas
Doenças Negligenciadas
DeCS
TuberculosePerfil Epidemiológico
Povos Indígenas
Doenças Negligenciadas
Equidade
Saúde de Populações Indígenas
Estudos Epidemiológicos
Estudo Observacional
Ethnicity
Equity
Traditional Communities
Indigenous Peoples
Neglected Diseases
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