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https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/64430
HOSPITALIZAÇÕES E ÓBITOS POR COVID-19 NO DISTRITO FEDERAL DE 2020 A 2022 : DISTRIBUIÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL E FATORES ASSOCIADOS
COVID-19
Fatores de risco
Hospitalização
Morte
Costa, Kelly Cristina Coelho | Date Issued:
2023
Author
Advisor
Comittee Member
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Escola de Governo Fiocruz Brasília. Brasília, DF, Brasil.
Abstract in Portuguese
O Brasil foi um dos países mais afetados pela pandemia da COVID-19, com milhares de hospitalizações e óbitos pela doença. Nesse contexto, são necessários estudos sobre a distribuição temporal e espacial dos casos e os fatores associados ao óbito. Na região Centro-Oeste, há escassez de publicações com esse escopo, inclusive no Distrito Federal (DF). Objetivo: Analisar o cenário da COVID-19 no DF no período de 2020 a 2022. Método: Foram delineados dois estudos utilizando dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe, a saber: 1) estudo descritivo sobre a distribuição temporal (por ano e semana epidemiológica – SE) e espacial (por região de saúde – RS – e região administrativa –RA) da COVID-19; e, 2) estudo analítico transversal investigando a associação entre aspectos sociodemográficos, situação de saúde e características clínicas com o desfecho de óbito por COVID-19, utilizando regressão logística simples e multivariada. Resultados: Entre 2020 a 2022, foram registrados 51.249 hospitalizações e óbitos por COVID-19 no DF, das quais 23,60% (n=12.098) evoluíram a óbito pela doença. O ano de 2021 apresentou mais da metade do número de hospitalizações (50,40%) e óbitos por COVID-19 (54,12%). O DF registrou 5 ondas, sendo que a segunda onda alcançou o pico de hospitalizações e óbitos entre as SE 08 e 17 de 2021. Algumas RAs, como Cruzeiro, Lago Sul, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga, registraram as maiores taxas de incidência acumulada, superando 2.000 casos por 100 mil habitantes. Em 2021, 14 RAs registraram taxas de mortalidade acima de 200 óbitos por 100 mil habitantes, com Sobradinho apresentado a maior delas. A RS Sul teve a segunda maior taxa de mortalidade, apesar de não ter a maior incidência. As taxas de letalidade mais elevadas foram observadas nas RS Sul (29,4%) e Oeste (28,1%) durante 2021. Em relação à evolução para óbito por COVID-19, de acordo com o modelo múltiplo, houve associação significativa com as seguintes variáveis: idade (OR: 4,246; IC 95%: 3,999 – 4,509), sexo (OR: 1,368; IC 95%: 1,288 – 1,453), escolaridade (OR: 2,087; IC 95% 1,886 – 2,309), RS (OR: 1,051; IC 95%: 1,038 – 1,064), número de comorbidades (OR: 1,245; IC 95%: 1,177 – 1,317), gestação (OR: 4,493; IC 95%: 2,799 – 7,211), vacinação contra COVID-19 (OR: 2,231; IC 95% 2,043 – 2,436), diagnóstico laboratorial (OR: 2,065; IC 95%: 1,833 – 2,326), internação em UTI (OR: 1,820; IC 95%: 1,711 – 1,937), ventilação mecânica (OR: 21,517; IC 95% 20,084 – 23,053), tempo entre o IS e a hospitalização (OR: 1,014; IC 95%: 1,004 – 1,025) e tempo entre a hospitalização e a internação na UTI (OR: 1,036; IC 95%: 1,029 – 1,044). Conclusão: Os indicadores de hospitalização e óbito por COVID-19 no DF tiveram diferenças ao longo do período avaliado, sendo identificadas cinco ondas e um cenário mais crítico em 2021. As diferenças regionais evidenciaram que as RAs periféricas foram as mais afetadas pela doença. A investigação dos fatores associados ao óbito por COVID-19 revelou fatores de risco para a evolução crítica dos casos. Tais evidências forneceram um diagnóstico da situação enfrentada pelo DF, podendo subsidiar medidas para a prevenção e controle da doença no âmbito da vigilância e assistência à saúde.
Abstract
Brazil was one of the countries most affected by the COVID-19 pandemic, with thousands of hospitalizations and deaths from the disease. In this context, studies on the temporal and spatial distribution of cases and factors associated with death are necessary. In the Central-West region, there is a lack of publications with this scope, including in the Federal District (DF). Objective: To analyze the scenario of COVID-19 in the DF from 2020 to 2022. Method: Two studies were outlined using data from the Influenza Epidemiological Surveillance Information System, namely: 1) a descriptive study on the temporal distribution (by year and epidemiological week - EW) and spatial distribution (by health region - HR - and administrative region - AR) of COVID-19; and, 2) a cross-sectional analytical study investigating the association between sociodemographic aspects, health status, and clinical characteristics with the outcome of death from COVID-19, using simple and multivariate logistic regression. Results: From 2020 to 2022, 51,249 hospitalizations and deaths from COVID-19 were recorded in the DF, of which 23.60% (n = 12,098) resulted in death from the disease. The year 2021 accounted for more than half of the number of hospitalizations (50.40%) and deaths from COVID-19 (54.12%). The DF experienced 5 waves, with the second wave reaching the peak of hospitalizations and deaths between EW 08 and 17 of 2021. Some ARs, such as Cruzeiro, Lago Sul, Candangolândia, Núcleo Bandeirante, Riacho Fundo, Sobradinho, and Taguatinga, recorded the highest cumulative incidence rates, exceeding 2,000 cases per 100,000 inhabitants. In 2021, 14 ARs recorded mortality rates above 200 deaths per 100,000 inhabitants, with Sobradinho having the highest rate. The South HR had the second-highest mortality rate, despite not having the highest incidence. The highest case fatality rates were observed in the South (29.4%) and West (28.1%) HRs during 2021. Regarding the progression to death from COVID-19, according to the multiple model, there was a significant association with the following variables: age (OR: 4.246; 95% CI: 3.999 – 4.509), gender (OR: 1.368; 95% CI: 1.288 – 1.453), education (OR: 2.087; 95% CI 1.886 – 2.309), HR (OR: 1.051; 95% CI: 1.038 – 1.064), number of comorbidities (OR: 1.245; 95% CI: 1.177 – 1.317), pregnancy (OR: 4.493; 95% CI: 2.799 – 7.211), COVID-19 vaccination (OR: 2.231; 95% CI 2.043 – 2.436), laboratory diagnosis (OR: 2.065; 95% CI: 1.833 – 2.326), ICU admission (OR: 1.820; 95% CI: 1.711 – 1.937), mechanical ventilation (OR: 21.517; 95% CI 20,084 – 23,053), time between symptom onset and hospitalization (OR: 1.014; 95% CI: 1.004 – 1.025), and time between hospitalization and ICU admission (OR: 1.036; 95% CI: 1.029 – 1.044). Conclusion: The indicators of hospitalization and death from COVID-19 in the DF showed differences over the evaluated period, with five waves identified and a more critical scenario in 2021. Regional differences revealed that peripheral ARs were the most affected by the disease. The investigation of factors associated with death from COVID-19 revealed risk factors for the critical progression of cases. This evidence provided a diagnosis of the situation faced by the DF, which can support measures for the prevention and control of the disease in the context of surveillance and healthcare.
Keywords in Portuguese
Síndrome respiratória aguda graveCOVID-19
Fatores de risco
Hospitalização
Morte
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