Cultivando conexões: agricultura, alimentação e religiosidade em um território afro-brasileiro Bantu

Abstract

A dissertação aborda a importância do alimento para a população "angoleira", focando na educação alimentar dentro dos terreiros de candomblé angola e sua influência nas ciências da saúde, além de abordar questões raciais e a sacralidade dos alimentos na cultura afro-brasileira. O objetivo é desenvolver conteúdo para um projeto de exposição audiovisual que valorize a importância da agricultura e da alimentação na vida das comunidades ligadas ao candomblé angola, contribuindo para a autoafirmação identitária desses povos. Utilizando a autoetnografia como metodologia, buscou-se identificar etnologicamente as práticas alimentares dessas comunidades, evidenciando, por meio de fotografias, os saberes tradicionais transmitidos pela oralidade na educação de terreiro. O principal resultado da pesquisa foi a ampliação da percepção do pesquisador sobre as raízes culturais e ancestrais das práticas cotidianas, destacando seu papel na sustentabilidade e resistência. A investigação revelou como tradições simples, como comer com as mãos, carregam significados profundos de comunhão e alternativas às crises climáticas e sociais. Ao transcender uma visão eurocêntrica, o estudo valorizou saberes ancestrais que promovem harmonia entre o ser humano e o planeta, evidenciando a integração entre cultura, meio ambiente e coletividade como caminho para desafiar paradigmas de consumo e sustentabilidade