Aplicação do teste de ativação de monócitos no controle da qualidade da vacina contra a covid-19

Abstract

Todas as vacinas contra a doença do coronavírus 2019 (COVID-19) atualmente utilizadas no Brasil são estritamente submetidas a testes físico-químicos e biológicos, inerentes a todas as fases de produção, desde a propagação de células até o produto final. Os testes de segurança preconizados para detectar substâncias pirogênicas são os ensaios de pirogênio in vivo e de endotoxinas bacterianas. As vacinas contra a COVID-19 utilizam em seu protocolo apenas o teste de endotoxina bacteriana (TEB) como teste de detecção menosprezando outros tipos de contaminação diferentes de endotoxina. Este estudo teve como objetivo demonstrar a aplicabilidade do teste de ativação de monócitos (MAT) em vacinas contra a COVID-19, determinar os principais parâmetros para a vacina, como teste de interferentes e comparar a resposta do TEB para a vacina contra a COVID-19 com o MAT. A matriz monocítica para a realização do MAT foi a do sangue criopreservado e a detecção da citocina pró inflamatória interleucina (IL)-1β como parâmetro de leitura. O lipopolissacarídeo (LPS) foi empregado como padrão molecular associado à pirogenia de bactérias Gramnegativas. Foram realizadas avaliações em lotes da vacina Astrazeneca produzidos por Bio-Manguinhos. As amostras foram incubadas em tubos com o sangue criopreservado na estufa a 37ºC, 5 % CO2 durante a noite em estante apropriada e cobertos com papel alumínio e foram quantificadas IL-1β pelo ensaio de ensaio imunoenzimático (ELISA) procedente da R&D Systems. Foi demonstrada que houve diferença entre as respostas das concentrações de LPS. A vacina pura liberou menos IL-1β do que a salina contaminada com 1 unidade de endotoxina (EU)/mL (estatística??) e a vacina contaminada com LPS 5 EU/mL apresentando uma resposta cerca de 92%, 39% da resposta da salina contaminada com a mesma concentração, respectivamente. O presente estudo sugere que a vacina Astrazeneca apresenta uma ligeira resposta inflamatória intrínseca, a vacina contra COVID-19 da marca Astrazeneca não apresenta interferentes que possam mascarar a resposta de uma possível contaminação e os experimentos precisam ser continuados, tanto para a vacina utilizada no presente estudo, quanto para as outras plataformas.