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2025-12-24
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SITUAÇÃO DE SEGURANÇA ALIMENTAR E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS NASCIDAS COM GASTROSQUISE
Gomes, Daiane Silva | Date Issued:
2025
Author
Advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
Introdução: A gastrosquise é o defeito mais comum da parede abdominal, e as crianças com essa condição geralmente apresentam um estado nutricional prejudicado, com dificuldade no crescimento entre o nascimento e a alta hospitalar. O estado nutricional depende de fatores biológicos e socioeconômicos e pode ser avaliado por meio de medidas antropométricas, que indicam indiretamente a situação de segurança alimentar. A insegurança alimentar está predominantemente ligada à renda e pode ser determinante no déficit do estado nutricional em crianças juntamente aos aspectos socioeconômicos desfavoráveis. Portanto, é importante monitorar o estado nutricional das crianças após a alta, período descrito como de recuperação nutricional. Objetivo: Avaliar a relação entre a situação de segurança alimentar e estado nutricional em crianças acompanhadas pela nutricionista no ambulatório de seguimento de crianças nascidas com gastrosquise (Follow up). Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, observacional e transversal, realizado de junho a novembro de 2024. Foram coletados dados de nascimento, alta hospitalar, medidas antropométricas (peso, comprimento e perímetro cefálico) durante as consultas, informações sociodemográficas da família e dados maternos, além da aplicação da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. As variáveis categóricas foram descritas pelas suas respectivas frequências (absoluta e relativa) e as numéricas, pela média e desvio padrão. Para medir a associação entre estado nutricional e situação de segurança alimentar foi realizado o teste exato de Fisher. Resultados: Foram atendidas 26 crianças, que apresentaram uma idade média de 17 meses (±11,2 meses). Sobre o Estado nutricional, 92,3%(n=24) das crianças atendidas apresentaram peso adequado para a idade e estatura adequada para a idade e 96,2% (n=25) apresentaram perímetro cefálico classificado como adequado para a idade. Com relação à Segurança Alimentar, 69,2% apresentaram Segurança Alimentar (n=18). 30,7% das famílias estavam em situação de insegurança alimentar, sendo 26,9% em insegurança alimentar leve (n=7) e 3,8% em insegurança alimentar moderada (n=1). Ao comparar os valores de escores z, dos momentos de alta hospitalar e atual, foram percebidos as seguintes médias de escore z na alta e atual respectivamente: peso para idade -1,84 (±2,21) e -0,49 (±1,13) (p valor=0,007); estatura para idade -2,27 (±1,66) e -0,53 (±1,13) (p valor= 0,000); perímetro cefálico para idade -0,94 (±1,57) e -0,13 (±0,90) (p valor=0,036); peso para estatura -1,22 (±1,64) e -0,20 (±1,08) (p valor=0,001). Conclusão: Embora as crianças apresentem índices antropométricos adequados, preocupa o fato de que mais de 30% das famílias enfrentam algum nível de insegurança alimentar. Mesmo com acesso a benefícios sociais, a insegurança alimentar ainda está presente em uma porcentagem considerável, indicando que a transferência de renda sozinha pode não garantir o acesso à alimentação adequada. O estudo sugere a necessidade de mais pesquisas para avaliar outros fatores que possam afetar o acesso à alimentação. Uma limitação do estudo foi o pequeno tamanho amostral, que pode ter influenciado a ausência de associação entre estado nutricional e segurança alimentar.
Abstract
Introduction: Gastroschisis is the most common abdominal wall defect, and children
with this condition often experience poor nutritional status, with growth difficulties
between birth and discharge from the hospital. Nutritional status depends on both
biological and socioeconomic factors and can be assessed through anthropometric
measures, which indirectly reflect the situation of food security. Lack of food security is
predominantly related to income and may contribute to nutritional deficits in children,
alongside unfavorable socioeconomic factors. Therefore, it is important to monitor
children's nutritional status after discharge, a period described as nutritional recovery.
Objective: To evaluate the relationship between food security status and nutritional status
in children followed up by a nutritionist at an outpatient clinic for children born with
gastroschisis. Methodology: This is a descriptive, observational, and cross-sectional
study conducted from June to November 2024. Data on birth, hospital discharge,
anthropometric measurements (weight, height, and head circumference) during
consultations, sociodemographic family information, maternal data, and the Brazilian
Food Insecurity Scale were collected. Categorical variables were described by their
respective frequencies (absolute and relative), and numerical variables by means and
standard deviations. The Fisher exact test was used to measure the association between
nutritional status and food security status. Results: 26 children were attended, with an
average age of 17 months (±11.2 months). Regarding nutritional status, 92.3% (n=24) of
the children had an adequate weight-for-age and height-for-age, and 96.2% (n=25) had a
head circumference classified as adequate for their age. Regarding food security, 69.2%
had food security (n=18). 30.7% of families were in food insecurity, with 26.9% in mild
food insecurity (n=7) and 3.8% in moderate food insecurity (n=1). Comparing the zscores between discharge and current measurements, the following average z-scores were
observed for weight-for-age: -1.84 (±2.21) at discharge and -0.49 (±1.13) currently
(p=0.007); height-for-age: -2.27 (±1.66) at discharge and -0.53 (±1.13) currently
(p=0.000); head circumference-for-age: -0.94 (±1.57) at discharge and -0.13 (±0.90)
currently (p=0.036); weight-for-height: -1.22 (±1.64) at discharge and -0.20 (±1.08)
currently (p=0.001). Conclusion: Although the children show adequate anthropometric
indices, it is concerning that more than 30% of the families face some level of food
insecurity. Even with access to social benefits, food insecurity remains present in a
significant percentage, suggesting that income transfer alone may not guarantee access to
adequate nutrition. The study suggests the need for further research to evaluate other
factors that may affect access to food. A limitation of the study was the small sample size,
which may have influenced the lack of association between nutritional status and food
security.
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