Contribuição do médico evolucionista na regulação de pacientes na emergência vascular do hospital Getúlio Vargas/SES/PE, 2009

Abstract

Fundamento: A assistência à saúde no Sistema Único de Saúde brasileiro tem por diretrizes e princípios a universalidade, equidade e integralidade ao cidadão, devendo ser norteada pela atenção básica. Em Pernambuco, como no Brasil, observa-se uma procura pelas grandes unidades de emergência/urgência por pacientes com patologias passíveis de atendimento em unidades de menor porte e mesmo nas unidades básicas, gerando superlotação, tempo de espera prolongado e assistência fragmentada nas salas de emergência. Visando a melhoria do cuidado ao paciente e a maior resolubilidade no processo de trabalho das grandes emergências públicas, foi incorporado o médico evolucionista à equipe de emergência vascular do Hospital Getúlio Vargas. Objetivo: Avaliar a contribuição do médico evolucionista na regulação de pacientes na emergência vascular do Hospital Getúlio Vargas, hospital de alta complexidade da rede de saúde pública estadual, no período de janeiro a dezembro de 2009. Método:estudo descritivo com corte transversal e abordagem quantitativa no período de janeiro a dezembro de 2009 a partir de sistemas de regulação.Na análise estatística foram utilizados os testes de Kolmogorov-Smirnov para varáveis quantitativas, o Teste do Qui-Quadrado e o Teste Exato de Fischer para as varáveis categóricas e o de Mann-Whitney (nãonormal) para comparação com dois grupos, aplicados com 95 por cento de confiança. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do CPqAM/Fiocruz. Resultados:1.875 usuários foram atendidos de janeiro a dezembro de 2009, sendo 52 por cento do sexo feminino, com idade média de 53,8 anos. Houve predomínio do sexo masculino (75 por cento) no grupo de lesões vasculares traumáticas. Os usuários procederam em 86,3 por cento dos casos da região metropolitana do Recife observando-se que 67,3 por cento dos pacientes tiveram alta após consulta da emergência e apenas 23,5 por cento necessitaram de internamento na rede própria e complementar. Cerca de 75.4 por cento dos pacientes atendidos apresentavam patologia vascular, 19.3 por cento tinham diabetes como comorbidade, associada ou não à hipertensão e 18.8 por cento eram hipertensos. O percentual de alta entre os pacientes internados no próprio serviço foi de 83,5 por cento e o percentual de óbitos foi 11,2 por cento; entre os internados, 20 por cento necessitaram de amputação. Após a inserção do médico evolucionista na equipe houve redução dos tempos para o 1º atendimento na emergência, deste para a alta e para a internação do paciente. Conclusão: a ordenação do fluxo de acesso e a organização no processo de trabalho nas emergências é condição indispensável para a garantia de uma assistência em saúde de qualidade; assim, a atuação do médico evolucionista na integração das equipes (emergência, regulação e internamento), propicia melhoria da qualidade da assistência, maior resolubilidade e integralidade da assistência.