Validação e aplicação de método analítico para determinação de resíduos de agrotóxicos em milho e soja por UPLC-MS

Abstract

A produção em monocultura é o sistema mais utilizado em cultivos de milho e soja que tende a provocar degradações do solo e leva a utilização extensiva de agrotóxicos nessas culturas. No Brasil, o milho (Zea mays L.) e a soja (Glycine max (L.) Merrill) são plantados em grande escala e destinados a produção de alimentos e rações. Nas primeiras safras de 2016/2017, foram produzidos mais de 83 e 100 milhões de toneladas de milho e soja respectivamente, sendo as regiões Centro Oeste e Sul as maiores produtoras dessas culturas. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite atualmente cerca de 120 agrotóxicos para o uso na cultura de milho e 149 para a soja. Ainda que essas substâncias sejam aplicadas em conformidade com as boas práticas agrícolas, podem deixar resíduos nos alimentos, reforçando a importância do controle desses resíduos para garantir a segurança alimentar da população. Visando este controle, o objetivo do trabalho foi o desenvolvimento e a validação de um método analítico de multirresíduos para determinação quantitativa de agrotóxicos em milho e soja empregando o método de extração QuEChERS e a cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (UPLC-MS/MS). Foi realizado um monitoramento piloto desses produtos amostrados na região Centro-Oeste do Brasil, não tendo sido detectados resíduos de agrotóxicos nas amostras de milho avaliadas, apresentando 100 % de conformidade com a legislação. Nas amostras de soja, obteve-se um percentual de resultados insatisfatórios de 34,8 % devido majoritariamente à detecção de substâncias não autorizadas para a cultura, como o pirimifós metílico e atrazina. Este panorama reforça a necessidade da elaboração de políticas públicas mais eficientes para o controle e monitoramento do uso de agrotóxicos.