Análise do estado nutricional de mulheres inscritas no Programa Bolsa Família, no período de 2018 a 2019, nas 5 macrorregiões do Brasil

Abstract

Introdução: A manifestação simultânea de desnutrição, sobrepeso e obesidade, definida como múltipla carga de má nutrição, afeta principalmente as famílias de baixa renda, dentre elas, as atendidas pelo Programa Bolsa Família. Verifica-se que, no Brasil, ao longo dos últimos anos, houve o aumento das prevalências do consumo de alimentos ultraprocessados e a redução do consumo de alimentos in natura e minimamente processados pela população brasileira, e isto contribui para a múltipla carga da má nutrição. Objetivo: Analisar o estado nutricional e o consumo alimentar de mulheres (14 a 44 anos) do Programa Bolsa Família acompanhadas na Atenção Primária à Saúde no Brasil e Regiões entre 2018 e 2019. Métodos: Trata-se de estudo descritivo, transversal, realizado com dados secundários de sistemas de informação. Resultados: Avaliou-se 22.753.017 registros de mulheres, para todas as variáveis relacionadas ao estado nutricional (IC95%). Comparando-se as regiões, identifica-se que a Região Sul apresentou maior prevalência de excesso de peso e a Região Nordeste de desnutrição. No Brasil, analisando-se os marcadores de consumo alimentar saudável das mulheres do Programa Bolsa Família (n=271.112), houve baixas prevalências no consumo médio de feijão em 2018 e em 2019 (84,60%; 83,6%), de frutas (69,3%; 68,8%) e de verduras (69,7%; 68,90%). Conclusões: Os achados reiteram a existência da múltipla carga da má nutrição em mulheres do PBF acompanhadas na APS e corroboram para a necessidade de investir em políticas públicas de Segurança Alimentar e Nutricional, em especial, voltadas para as famílias de baixa renda.