Crianças com TEA lidando com a pandemia, no Colégio Pedro II: mitos, verdades e a percepção de responsáveis à luz da Teoria da Autopoiese

Abstract

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social e por padrões restritivos de comportamentos, interesses ou atividades, que podem ser observados desde os primeiros anos de vida na grande maioria dos casos. A pandemia da COVID-19, uma síndrome respiratória aguda grave causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), resultou em um grande impacto na vida das pessoas, sobretudo em famílias que possuem filhos com autismo. Neste contexto, esta tese teve por objetivo elencar os mitos e verdades que circulam sobre o TEA; investigar pela ótica dos pais a percepção de pessoas com TEA no enfrentamento da pandemia; identificar as estratégias adotadas no período pandêmico, visando a amenizar os comportamentos de inflexibilidade cognitiva apresentados, com o objetivo de contribuir com novas ferramentas educacionais na intervenção com estudantes com TEA para a promoção da saúde. Por se tratar de uma pesquisa à luz da teoria da Autopoiese, que entende o sujeito como um ser produto e produtor do meio em que se encontra, os resultados mostraram que é preciso investir na divulgação científica sobre o TEA ,com uma linguagem clara e acessível a todos; o Desenho Universal para Aprendizagem (DUA) como uma abordagem propulsora da inclusão, por atender aos extremos da população escolar ( Altas Habilidades e Deficiência Intelectual); reforçaram o lema “Nada sobre nós, sem nós” no protagonismo das pessoas com TEA e suas famílias; a releitura das experiências da pandemia como instrumento para o desenvolvimento de novas práticas e pesquisas em prol da promoção da saúde, influenciando a produção de políticas no âmbito da saúde e educação, como orientações e materiais que possam ser disponibilizados em clínicas e/ou escolas.