(In)segurança alimentar e nutricional e suas associações com as condições sociodemográficas e participação em programas governamentais de transferências de renda no residencial Gilson Coelho em Bom Jesus-PI na pandemia da covid-19

Abstract

A COVID19 impactou a região Nordeste do Brasil de forma muito severa, mas foi especialmente mais letal pelas ações e omissões do governo federal, que deixou de formular uma resposta nacional consistente. O isolamento social foi a principal recomendação de prevenção a essa Infecção Respiratória pela Organização das Nações Unidas (ONU). Essa medida levou, consequentemente, ao fechamento do comércio, aumento dos índices de desempregados e diminuição da renda familiar. A exemplo de outros países, o governo federal, por pressão popular, optou por oferecer um benefício de transferência de renda chamado de auxílio emergencial. Entretanto, isoladamente, essa medida não foi suficiente para a superação da pobreza, das desigualdades e da garantia de segurança alimentar no país durante o período da pandemia. O objetivo do presente estudo transversal foi caracterizar a SA e os níveis de IA de famílias moradoras do Residencial Gilson Coelho, no município de Bom Jesus-PI, no contexto da pandemia da COVID19. Descreve que 88% dos “chefes de famílias” eram mulheres, destas 60% eram donas de casa ou estavam desempregadas e 17,2% dos domicílios encontrava-se em situação de insegurança alimentar grave, ou seja, fome. O recebimento de uma habitação pelo programa “Minha Casa minha vida” e a mudança para o Residencial trouxe melhores condições, como moradia digna e salubre, entretanto, é necessário políticas públicas eficazes que visem a redução da pobreza em seu caráter multidimensional.