Please use this identifier to cite or link to this item:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/66735
AVALIAÇÃO DE MICOTOXINAS E FUNGOS FILAMENTOSOS EM CASTANHAS DE BARU (DIPTERYX ALATA)
Carvalho, Matheus Grilo de Oliveira | Date Issued:
2024
Advisor
Co-advisor
Affilliation
Fundação Oswaldo Cruz. Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde. Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
Abstract in Portuguese
A castanha de baru apresenta propriedades sensoriais e nutricionais notáveis, se destacando como potencial fonte de renda extrativista sustentável na região do cerrado brasileiro. Contudo, não há estudos sobre a presença de micotoxinas nessas castanhas, o que levanta preocupações quanto ao consumo. Este estudo teve como objetivo avaliar a presença de diferentes classes de micotoxinas e fungos filamentosos em amostras de castanhas de baru (n=70). Para determinação das micotoxinas foi utilizado um método QuEChERS (Quick, Easy, Cheap, Effective, Rugged and Safe) e a cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massas sequencial (CLUE-EM/EM). Os fungos foram quantificados e identificados pela técnica de Matrix-assisted laser desorption/ionization time-of-flight (MALDI-TOF/MS) e por sequenciamento genético do domínio D2 da subunidade maior do ácido ribonucleico ribossomal (rRNA). As cepas isoladas foram avaliadas quanto ao seu potencial micotoxigênico. Na análise microbiológica, 11 (15,7 %) amostras apresentaram crescimento com contagens variando de 5,0 a 4,5 x 10¹ Unidades Formadoras de Colônia (UFC)/g. A identificação por MALDI-TOF/MS permitiu classificar três cepas ao nível de espécie, enquanto o sequenciamento genético possibilitou a identificação de nove cepas ao nível do gênero, com todas as cepas identificadas por uma das técnicas. O gênero Penicillium foi o mais recorrente e nenhuma das cepas isoladas apresentou micotoxigenicidade. O método analítico de determinação das micotoxinas foi validado demonstrando ser adequado para as análises em castanha de baru. Das 70 amostras, seis (8,5%) apresentaram contaminação por alternariol com níveis de concentração entre 12,2 e 148,2 µg.kg-1 . Em uma amostra foram encontradas as fumonisinas B1 (242,7 µg.kg1 ) e B2 (27,6 µg.kg1 ). Este estudo destaca a ausência de aflatoxinas nas amostras analisadas, um achado que, se confirmado com mais estudos, pode impulsionar o comércio local e de exportação dessa castanha. Os resultados microbiológicos apresentaram, em comparação a outros estudos, uma baixa contaminação por fungos filamentosos. Por fim, a presença de alternariol nas amostras sugere realizar um monitoramento contínuo dessa micotoxina para subsidiar a discussão sobre a sua possível regulamentação em castanha de baru.
Share